segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Comissão que vai assumir processos de juíza morta terá segurança

Comissão que vai assumir processos de juíza morta terá segurança, diz TJ
Três juízes vão substituir Patrícia Acioli na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo.
Eles vão cuidar de processos contra as milícias e máfias da região.

A comissão de juízes que vai assumir a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde trabalhava a juíza Patrícia Acioli, receberá segurança do Tribunal de Justiça (TJ-RJ). A informação foi dada pelo desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, presidente do TJ-RJ, na tarde desta segunda-feira (15). Acioli foi assassinada quando chegava em sua casa, em Niterói, também na Região Metropolitana, na sexta-feira (12). Os juízes serão os responsáveis por dar prosseguimento aos processos contra milícias e máfias de transporte ilegal que atuam na região.

A comissão deve começar a trabalhar na terça-feira (16), assim que a polícia liberar o trabalho no gabinete e no cartório da 4ª Vara Criminal. Os locais ainda estão lacrados para que seja feita a perícia. A Polícia Civil analisa as câmeras do Fórum de São Gonçalo, além das imagens do circuito interno de segurança do condomínio em Niterói, onde ela morava.

O desembargador informou ainda que em casos de processos mais complicados, como os relativos a grupos de milicianos, da máfia de transportes irregulares, podem ocorrer desaforamento. Ou seja, os julgamentos poderão ocorrer em outros tribunais do estado, como Niterói ou Rio de Janeiro.

"Os juízes não estão amedrontados. Esses bandidos não vão conseguir intimidar a justiça. Os nomes dos novos juízes serão divulgados em momento oportuno, de comum acordo. Todos vão ter segurança do TJ. Há um mês determinei a compra de seis carros blindados e vamos alugar outros cinco para dar suporte à segurança dos magistrados. É possível que processos que envolvam quadrilhas mais perigosas, como as que envolvem militares e vans, sejam desaforados, se for necessário pelo entendimento dos juízes. Nossa intenção com esses três juízes é diluir responsabilidades e agilizar o trabalho", disse o desembargador.

Os três juízes que vão compor a força tarefa serão nomeados na noite desta segunda-feira, após reunião entre o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador , juízes e promotores de São Gonçalo, e os candidatos a compor a força tarefa, no TJ.

O desembargador acrescentou ainda que vai instalar em São Gonçalo a 5ª Vara Criminal, com um juiz criminal, mas sem júri, para cuidar dos processos criminais daquela cidade, que segundo ele, são muitos.

O presidente do TJ disse que esteve com o delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios (DH), que investiga o crime e que ficou muito otimista com o que ouviu.

"Existem várias linhas de investigação. Mas estou muito otimista, muito esperançoso com a solução deste crime. O delegado me disse que está otimista com relação à identificação dos assassinos. Fiquei muito bem impressionado", disse o desembargador.

'Ela nunca se acovardou', diz irmã da juíza
"Apesar de todos os riscos, ela nunca se acovardou e sempre enfrentou todos esses bandidos com medo, mas com muita coragem”, disse Simone Acioli, irmã da juíza Patrícia.

”Quem conhece minha irmã sabe que ela era uma pessoa maravilhosa, generosa e sempre muito preocupada com a Justiça desde pequena”, afirmou Simone.

No domingo (14), policiais da Divisão de Homicídios (DH) estiveram em São Gonçalo procurando pistas dos assassinos. "Minha preocupação é que não pare só nos executores. É fundamental chegar naqueles que comandaram, nos mandantes do crime, para que eles sejam punidos e para que a morte dela não vire mais uma estatística”, disse a irmã da vítima.

No fim de semana foram presos oito policiais militares do Batalhão de São Gonçalo acusados de assassinar um jovem em uma comunidade da cidade. A prisão preventiva do grupo havia sido decretada por Patrícia horas antes de ela ser executada.

Disque-Denúncia
Até as 19h desta segunda-feira (15), o Disque-Denúncia já tinha recebido 87 informações sobre o caso. Segundo a central, a maioria é sobre possíveis autores do crime.O serviço funciona 24 horas por dia e o anonimato é garantido. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (21) 2253-1177.

Segundo o delegado titular da DH, Felipe Ettore, responsável pelas investigações, Patrícia foi atingida por 21 tiros. Na manhã de sábado (13), a chefe de Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, esteve por cerca de três horas na DH reunida com investigadores para acompanhar as novidades sobre o caso. No entanto, ao deixar o local, a delegada disse que este é um momento de silêncio e objetividade nas investigações.
Enterro da juíza Patrícia Acioli Enterro em Niterói reuniu centenas de pessoas

Pelo menos 20 pessoas já foram ouvidas sobre o crime. Entre as testemunhas, o namorado da juíza, o Policial Militar Marcelo Poubel, que falou durante mais de 6 horas na DH.

Marcada para morrer
O nome de Patrícia estava em uma lista de doze pessoas marcadas pra morrer, segundo investigadores. O documento foi encontrado com Wanderson da Silva Tavares, o Gordinho, acusado de ser chefe de uma milícia em São Gonçalo, preso em janeiro deste ano em Guarapari, no Espírito Santo.

De acordo com fontes da polícia, nos últimos dez anos a juíza foi responsável pela prisão de cerca de 60 policiais ligados a milícias e a grupos de extermínio.

Em setembro do ano passado, seis suspeitos, ente eles quatro policiais militares, foram presos. Segundo as investigações, todos faziam parte de um grupo envolvido no assassinato de 11 pessoas em São Gonçalo. A juíza Patricia Acioli foi quem expediu os mandados de prisão.
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Patrícia tem um histórico de condenações contra criminosos que atuam na cidade, como quadrilhas que agem na adulteração de combustíveis e no transporte alternativo, entre outros crimes.

Escolta
Segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, Patrícia nunca pediu escolta, mas, por iniciativa do Tribunal, teve proteção intensa de 2002 a 2007, com três policiais fazendo a sua segurança 24 horas por dia.

Em 2007, o Departamento de Segurança Institucional do TJ avaliou o caso e verificou que não havia mais necessidade de segurança intensa. O TJ colocou, então, à disposição da juíza um policial para fazer sua segurança.

Mas, segundo ele, a juíza dispensou a proteção. O presidente disse ainda que é muito comum os juízes pediram para serem liberados da segurança porque ela interfere na liberdade dos magistrados.

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