|
Nas mesas do restaurante Le Louis XV, em Mônaco, o governador de Paris e seus capangas de estado mandaram descer tudo do bom e do melhor. Em vez das tradicionais e opulentas cascatas de camarão, os comensais se refestelaram em Carlinhos Cachoeiras de camarão. O caviar era tanto que tiveram que chamar um trator da construtora Delta para despejar toneladas de caviar Beluga, Sevugra e Osetra naquelas goelas insaciáveis. Impressionado com a gastança descontrolada do bando, o consagrado Alan Ducasse fez questão de servir pessoalmente aquela quadrilha de milionários. O estrelado chef sugeriu como “piece de resistence” um “linguado à belle rouballière”. Mas a animada turma, que entende de furtos do mar, disse preferia uma “truta” ou um “roubalo”.
Para alegria do sommelier do estabelicimento com três estrelas do Guia Michelin, Cabral Júnior mandou buscar na adega várias garrafas Magnum raras do exclusivíssimo vinho Roubanée Conti. Como os meus 17 leitores estão cansados de beber, o Roubanée Conti é um vinho da Borgonha, um dos preferidos de Paulo Maluf, que também não tem Borgonha na cara. Depois de encherem o pandulho com iguarias caríssimas, o sommelier sugeriu, para acompanhar os doces e “petits fours” o legendário vinho de sobremesa Chateau D’Yquem. Y’quem paga a conta? Ora, quem paga é você, meu caro e otário contribuinte."
Agamenon Mendes Pedreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário